segunda-feira, 21 de maio de 2007

Está em cabos: AllTV



Junho de 2002. São Paulo. Uma casa reformada, em uma rua movimentada de um bairro residencial de classe média alta em São Paulo. Aqui funcionam os estúdios da AllTV, a TV "da" internet (e não "na" internet, como faz questão de frisar o release da emissora). "A primeira tv da Internet é brasileira. Começou em maio de 2002. Mas os primeiros passos da allTV foram dados em abril, quando, engatinhando, a emissora subiu os primeiros degraus da esperança: juntar todas as mídias numa só. Não foi fácil. Também não foi difícil, porque a moldura desse quadro de sonho teve alma, crença e determinação. E veio à luz a allTV", traduz assim o surgimento da primeira televisão online do Brasil - e do mundo também - Nailson Gondim, jornalista e linguista.

Com um investimento inicial de US$ 2 milhões, a AllTV funciona aparentemente como uma tevê convencional, mas foi desenvolvida para atender as características e o formato da internet. Assim, utiliza câmeras digitais ao invés das convencionais. O sinal chega pela internet, e não por satélite ou antenas. Como o monitor de vídeo é pequeno - e o espectador fica a 30 centímetros dela e não a 3 metros de distância, como ocorre com a televisão tradicional – a AllTV foi feita para ser assistida de forma individual, e não por várias pessoas ao mesmo tempo. A sua linguagem também segue um conceito diferente: lembra o estilo de uma rádio FM, sem roteiros rígidos ou pré-determinados. A emissora se afirma como "a primeira emissora de televisão do mundo feita especialmente para a internet, planejada para se manter no ar durante 24 horas e ao vivo, num processo inédito de interação com o internauta/espectador". A casa no Paraíso foi reformada e micro-câmeras foram instaladas em todos os aposentos, com exceção dos banheiros. Assim, qualquer ponto da casa-estúdio pode entrar "no ar" a qualquer momento. "No ar" entre parênteses, porque a AllTV não está no ar, mas nos fios telefônicos e cabos que conectam seus servidores à rede mundial. Alberto Luchetti Neto, o diretor da AllTV, não é um louco delirante como Chateaubriand [Assis, dispensa apresentações]. É um profissional de televisão com muita experiência. Diferente de "Chatô", não precisou inventar uma linguagem do nada, nem transformar pessoal de rádio em pessoal de TV. Ao contrário: a AllTV forja sua linguagem transformando profissionais de TV em pessoal de "Net-rádio com imagem". Existe toda uma enorme experiência cumulativa, de fato são cinqüenta anos de mídia televisual e seus derivados contribuindo para esse novo sistema. Não apenas os profissionais e os equipamentos evoluíram, mas também o público. Um público que se sente à vontade com a linguagem, com os termos técnicos da transmissão. Segundo o press-release da AllTV, o público-alvo é formado principalmente por 23 milhões de usuários de internet que existem no Brasil. Destes, 80% estão na faixa dos 14 aos 34 anos e mais 10% entre 35 e 44 anos.


Com uma programação totalmente variada, com programas de todos os tipos e para todos os gostos, nasce uma grande novidade na Internet, com diversos colaboradores. A allTV tem programas que tratam desde saúde da mulher a esportes, passando por ecologia, cinema, pais e filhos, animais e muitas outras opções. Sua programação é 24 horas, como em qualquer emissora de tevê que se preze. Até novela já foi transmitida, em 2005, com um grande diferencial: a interatividade. Aliás, esse é o diferencial do canal, já que na web essa é a palavra de ordem. E se engana quem pensa que não tem audiência!

Em 6 de maio de 2002, a emissora começou a transmitir a programação regular, com 18 horas ao vivo. No dia 13 de maio de 2002, começou a transmissão em tempo integral.


Às 10h25, enquanto eu escrevia, passava "Equilíbrio", com as apresentadoras Paloma Denaro e Gisele Henriques.




-Ficou a fim de assistir (e interagir)? Acesse: www.alltv.com.br

Indicação musical da Paula hoje:



3 comentários:

Vivian disse...

Lette,
se você diz que eu sou uma das poucas que consegue te fazer ler sobre economia, a recíproca é verdadeira... eu não sei se você sabe (imagina!) mas eu odeio tecnologia (que surpresa, né?)... mas o blog de vocês, e teu texto principalmente, já que teu dia também é segunda (o melhor da semana, a nata da nata, hahahahahaha, credo) me faz parar e refletir... sobre o quanto eu continuo odiando não saber mexer com tecnologia... mas eu leio! isso que importa!
all tv... a Clara trabalhou nisso... eles não pagam salário... e eu preciso de um emprego... ai, não... sessão deprê... rsrsrsrs

Vivian disse...

e eu fui a primeira a comentar... virei eu tiete? o que combina com vica? hmmm... pensarei em algo...

RDS disse...

Lette, Renan e Gaúcha desgraça... digo, Vica. hahahahah A nata das segundas que eu só comento nas terças e às vezes o post só sai depois da meia-noite ehehehe
Lette, demais teu post, nao sabia que tinha TV só pra net e, mais ainda, que era brasileira, preciso passar lá pra conferir.
às vezes me pergunto o que tudo isso significa, acho que nem de longe é a extinção dos outros meios, mas... ta meio que tudo acelerado, acessável demais e acessível de menos (?)
As pessoas nao se aprofundam nem mais nos programas que gostam, eu mesmo nao to me concentrando em nada, mas vale a dica de mais uma tecnologia.
Beijos e viva as Segundonas
PS: Vica, é brincadeira viu, economista de plantão