terça-feira, 27 de março de 2007

Parte do Todo

Sentir-se próximo estando longe, conhecer sem tocar, ver e não presenciar.
Estranho novo mundo essa tal de era virtual.
Representar-se como desejamos ser. Deixar de ser o que se é.
Se o homem luta tanto para sentir-se diferente, porque essa tendência esquisita de acabarmos todos iguais?

A internet nos trouxe uma enorme necessidade de pertencimento e inclusão.
Existir é fazer parte do Orkut, é ter MSN, é acessar com freqüência o Youtube, e manter atualizado o Fotolog; para ser reconhecido por uma imagem de si dotada de impressões pessoais.

Se não podemos estar fisicamente em todos os lugares de forma simultânea tornamos as nossas características, preferências e representações acessíveis e palpáveis, para sermos reconhecidos no outro e pelo outro como semelhantes.

Partes e números. Somos subdivididos em categorias que incluem desde a nossa preferência alimentar até os nossos hábitos individuais. É uma espécie de singularidade massificada. “Eu sou” ao mesmo tempo em que “todo mundo também é”.

A internet é fascinante porque nos permite fantasiar... Somos mais bonitos, mais altos, mais divertidos, interessantes e populares do que a imagem real de nós mesmos.
Ou não. Tem muita gente assumindo na internet tudo aquilo que possui de mais oculto no próprio ser, aquilo que a vida em sociedade não permite mostrar.

As regras do mundo real são diferentes das regras virtuais, que talvez ainda nem existam de fato. Afinal, existe a necessidade de regrar um mundo incontrolável?
Sem limites e fronteiras físicas, sem cadastros reais?

Na bagunça cibernética cabe a você estabelecer os limites da exposição.
A nossa tendência “voyerista” de conhecer a intimidade do outro a fundo é que faz com que mostremos mais partes de nós mesmos.

Como numa relação real, na internet são realizadas trocas invisíveis.
Mostre – me sobre você, que exponho mais uma parte de mim.
Una-se ao outro através daquilo que mais incomoda em você.
Ser sozinho, sem de fato estar...

E assim a sociedade vai se desligando cada vez mais daquilo que é concreto.O mundo real precisa de um “update”, porque de fato deve andar bem sem graça.

5 comentários:

Paula Miguel disse...

=)
Coisa lindaaaa!

=**

Bianca Hayashi disse...

É, mundo virtual... não esqueço de uma frase de um amigo "a internet aproxima as pessoas". Em parte, concordo. Muitos dos meus amigos não seriam meus amigos se não fosse essa tela piscante e esse mundo lúdico. Por outro lado... sem o contato físico, eles nunca teriam virado meus amigos como são hoje.

Internet ainda é uma coisa esquisita :P

Beijos!

Pseudocult disse...

eu acho qe um mundo nao exclui o outro. a internet depende da realidade, da eletricidade, de faots reias pra se basear. Sem real life, como inventar uma second life?? A diferenca é que a vida real nnao depende da internet pra existir. Nnao adiatna dizer que depende porque sem internet dá pra viver, viver feliz, mas fazendo as coisas de uma maneira.. OLD FASHIONED.. mas nnao é vintage que tá cult agora??

Cíntia Luz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cíntia Luz disse...

Aê Erickão!!!
Mandou bem na filosofia master-utópica about the internet!
Gente inteligente é outro nível rsrs!
Beijosss